terça-feira, 3 de agosto de 2010

2010 FIFA World Cup South Africa Xbox 360 - Análise




A série FIFA ganhou largo prestígio de parte dos gamers fãs do esporte, e não é por uma razão qualquer. Com a versão 2010, a EA Sports deu aos jogadores um game sólido, diversificado, customizável e com foco num multiplayer muito inteligente. Mas mais importante: mostrou um senso de si própria como poucas outras séries esportivas puderam alcançar (estamos olhando para você, PES 2010!). A sensação era a de se estar jogando bola, e ainda assim, com modos como o Be a Pro, que permite a construção e evolução de um craque próprio, mostrou que no fim das contas FIFA 2010 era um jogo de videogame, atrelado a mecânicas típicas de RPGs ou jogos de luta. O sistema de passe em 360°, por exemplo, inseriu uma nuança similar ao de uma partida de Street Fighter, onde o menor posicionamento da alavanca fazia toda a diferença. É com esse auto-conhecimento que a EA lança mais um game Copa do Mundo, e ao invés de trazer apenas um FIFA 10 com um ou dois modos a mais, nos deu a chance de experimentar algo novo - mesmo que não fundamentalmente. Em 2010 FIFA World Cup South Africa, o time atrelou ao próprio código do jogo algo que nem sabíamos, mas que fazia tremenda falta: o drama.

Vamos às novidades do game. A menos notável de todas são as pequenas reformulações feitas na jogabilidade em campo. Primeiro, a AI dos goleiros parece ter sofrido uma boa mudança: nada de estratégias suicidas de tentar pegar a bola na linha de área nem nada do gênero. Agora eles agem sempre bem mais próximos do gol, evitando frustrações desnecessárias e dando mais espaço de respiro para um jogo que está um pouco mais acelerado do que o anterior. Passes longos e principalmente aéreos parecem mais fáceis de serem realizados, e mais confiáveis. Passes á curta distância, entretanto, se mantêm na mesma, e algumas táticas baratas continuam tão úteis como sempre (como chutar uma bola à gol perto de uma das traves). O jogo flui melhor com árbitros um pouco mais cuidadosos em avaliar faltas e aplicar cartões - uma grata mudança dos juízes sedentos por poder do FIFA 10 que acabavam com um time em poucos minutos. Os jogadores tem novas rotinas de animação e o movimento da bola foi revisado para criar uma jogabilidade um pouco mais sólida que a do jogo original. O sistema de 360° ainda é um pouco difícil de dominar para marujos de primeira viagem, e pode resultar em uma ou outra frustração, mas é um jeito bem orgânico de representar a ação em campo. Para os mais novato - e o público que só vai comprar o jogo por causa da Copa - o jogo até inclui um sistema de controle super simplificado, que exige apenas o uso de dois botões. O gamer fica no controle apenas dos passes, chutes e movimentação básica, sem se preocupar com a precisão ou com muita estratégia: a defesa faz um ótimo trabalho por si só. Embora seja impossível executar chapéus, chutes de trivela e outros movimentos avançados, acaba sendo uma boa saída para colocar jogadores menos experientes contra a AI agressiva do game ou mesmo contra outros jogadores mais calejados. As novidades no sistema geral de jogo resultam em uma experiência mais ágil e onde cada jogada ganha um pouco mais de gás, sem assim desprender a atenção dos consumidores casuais com a imposição de regras ou mecânicas labirínticas.

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